Brise-soleil /
Quebra-sol - Raquel Nayara
O
brise-soleil, palavra francesa que significa quebra-sol é uma boa opção para
barrar parte da incidência solar, além de transformar as fachadas das edificações.
De dia, agregam textura e à noite transformam as edificações em verdadeiras
caixas de luz. O brise pode ser feito de diversos materiais, como madeira,
concreto, alumínio, zinco e até mesmo o vidro, com lâminas fixas ou móveis. Em
alguns casos o acionamento é feito por controle automático ou fotocélulas. O
tamanho, o material, a posição das lâminas (horizontais ou verticais) e seu
espaçamento é definido pelo ângulo de incidência dos raios solares e pela
quantidade de luz que se queira barrar.
Ministério
de Educação e Saúde Pública
No
Brasil, um exemplo de projeto a utilizar o brise-soleil foi o emblemático
edifício Ministério de Educação e Saúde Pública (hoje
MEC e Palácio Capanema) de Gustavo Capanema (1936-1945), no Rio de
Janeiro, projetado pelos arquitetos Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer,
Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Jorge Machado Moreira e com a colaboração do Mestre francês Le Corbusier, é
considerado um dos mais importantes exemplos de arquitetura moderna no mundo.
A fachada sul ficou totalmente
envidraçada, surgindo a primeira curtain wall (parede de cortina) das
Américas. Para proteção da fachada norte, foi proposto um sistema de brise-soleil
horizontais basculantes, ideia original que nunca tinha sido aplicada nesta
escala. Neste sistema, cada módulo estava constituído por três placas móveis de
fibrocimento de cor azul, controladas por alavancas manuais, fixadas em lâminas
verticais de concreto situadas na parte externa do edifício. A separação de 50
cm dos brises do plano de vidro da fachada permitia a circulação externa do ar
quente. As grandes janelas guilhotina facilitavam a ventilação cruzada no
interior de cada andar de planta livre.
Museu Voador
O Museu de
arte de Milwalkee, nos Estados Unidos, foi o primeiro projeto finalizado pelo
arquiteto espanhol neste país e data de 2001. O museu propriamente dito já
existia na cidade desde 1882, e foi sendo ampliado e modernizado ao longo
das décadas até o Calatrava criar esta obra de arte.
Ele é
composto pelo Pavilhão de arte (Quadracci Pavilion), que é de assinatura de
Calatrava, pelo Memorial da Guerra, projetado por outro arquiteto famoso
Eeron Saarinen, em 1957, e mais outros pavilhões e jardins.
O Quadracci
Pavilion, o que inicialmente seria uma singela adição ao projeto, e que teria
linhas regionalistas, acabou se tornando uma das mais famosas obras do
arquiteto. Uma obra que parece que vai bater asas e sair voando, e o mais
legal, bate asas de verdade.
A entrada é
feita pelo Windhover Hall, que o arquiteto desenhou como uma catedral gótica
pós moderna, com linhas que fazem os olhos irem para cima, muito leve, pela
estrutura esbelta e larga presença de vidro.
As asas são
estruturas arquitetônicas conhecidas como brise-soleil, que servem para fazer sombra na construção
quando tem muito sol. Existem brises fixos, que são feitos desde o começo na
posição necessária e não se mexem, e brises móveis, que se mexem de acordo
com a incidência do sol. O caso das asas deste projeto é o segundo. As tão
famosas asas são brises móveis (batizados de Burke Brise Soleil), que abrem e
fecham protegendo a vidraça do hall. Além de proteger do sol, elas são
equipadas com sensores que forçam o fechamento da estrutura caso o vento
ultrapasse determinada velocidade, que é pra não arrancar tudo.
Brises se movimentando
Vídeo dos brises se movimentando
Hospital São José – Nova
Era
Os brises estão localizados
no segundo e terceiro andar do lado onde o sol bate à tarde. Nestes andares
estão os leitos do hospital.
Os brises ajudam a diminuir
a entrada de sol nas janelas dos quartos, diminuindo assim um pouco do calor lá
dentro.
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