domingo, 20 de outubro de 2013

Brise-soleil / Quebra-sol - Raquel Nayara

O brise-soleil, palavra francesa que significa quebra-sol é uma boa opção para barrar parte da incidência solar, além de transformar as fachadas das edificações. De dia, agregam textura e à noite transformam as edificações em verdadeiras caixas de luz. O brise pode ser feito de diversos materiais, como madeira, concreto, alumínio, zinco e até mesmo o vidro, com lâminas fixas ou móveis. Em alguns casos o acionamento é feito por controle automático ou fotocélulas. O tamanho, o material, a posição das lâminas (horizontais ou verticais) e seu espaçamento é definido pelo ângulo de incidência dos raios solares e pela quantidade de luz que se queira barrar.

Ministério de Educação e Saúde Pública
No Brasil, um exemplo de projeto a utilizar o brise-soleil foi o emblemático edifício Ministério de Educação e Saúde Pública (hoje MEC e Palácio Capanema) de Gustavo Capanema (1936-1945), no Rio de Janeiro, projetado pelos arquitetos Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Jorge Machado Moreira e com a colaboração do Mestre francês Le Corbusier, é considerado um dos mais importantes exemplos de arquitetura moderna no mundo.
A fachada sul ficou totalmente envidraçada, surgindo a primeira curtain wall (parede de cortina) das Américas. Para proteção da fachada norte, foi proposto um sistema de brise-soleil horizontais basculantes, ideia original que nunca tinha sido aplicada nesta escala. Neste sistema, cada módulo estava constituído por três placas móveis de fibrocimento de cor azul, controladas por alavancas manuais, fixadas em lâminas verticais de concreto situadas na parte externa do edifício. A separação de 50 cm dos brises do plano de vidro da fachada permitia a circulação externa do ar quente. As grandes janelas guilhotina facilitavam a ventilação cruzada no interior de cada andar de planta livre.




Museu Voador
O Museu de arte de Milwalkee, nos Estados Unidos, foi o primeiro projeto finalizado pelo arquiteto espanhol neste país e data de 2001. O museu propriamente dito já existia na cidade desde 1882, e foi sendo ampliado e modernizado ao longo das décadas até o Calatrava criar esta obra de arte.
Ele é composto pelo Pavilhão de arte (Quadracci Pavilion), que é de assinatura de Calatrava, pelo Memorial da Guerra, projetado por outro arquiteto famoso Eeron Saarinen, em 1957, e mais outros pavilhões e jardins.

O Quadracci Pavilion, o que inicialmente seria uma singela adição ao projeto, e que teria linhas regionalistas, acabou se tornando uma das mais famosas obras do arquiteto. Uma obra que parece que vai bater asas e sair voando, e o mais legal, bate asas de verdade.
A entrada é feita pelo Windhover Hall, que o arquiteto desenhou como uma catedral gótica pós moderna, com linhas que fazem os olhos irem para cima, muito leve, pela estrutura esbelta e larga presença de vidro.

As asas são estruturas arquitetônicas conhecidas como brise-soleil, que servem para fazer sombra na construção quando tem muito sol. Existem brises fixos, que são feitos desde o começo na posição necessária e não se mexem, e brises móveis, que se mexem de acordo com a incidência do sol. O caso das asas deste projeto é o segundo. As tão famosas asas são brises móveis (batizados de Burke Brise Soleil), que abrem e fecham protegendo a vidraça do hall. Além de proteger do sol, elas são equipadas com sensores que forçam o fechamento da estrutura caso o vento ultrapasse determinada velocidade, que é pra não arrancar tudo.

                                               Brises se movimentando


Vídeo dos brises se movimentando


Hospital São José – Nova Era
Os brises estão localizados no segundo e terceiro andar do lado onde o sol bate à tarde. Nestes andares estão os leitos do hospital.
Os brises ajudam a diminuir a entrada de sol nas janelas dos quartos, diminuindo assim um pouco do calor lá dentro.








Nenhum comentário:

Postar um comentário